Memorial
O projeto insere-se em Secretário, região serrana do Rio de Janeiro. Um refúgio durante a pandemia que trouxe em muitos a necessidade e o prazer de estar junto à natureza. Aproveitamos o terreno arborizado com um rio passando dentro do lote para despertar no seu interior o contato e a sensibilidade ao que é natural: o prazer ao olhar para o alto e para os maciços de pedra ao redor são propiciados por pontos de amplitude visual; assim como a percepção da luz é explorada aqui como um importante partido para a implantação da casa.
Utilizando uma estrutura formada por uma série de pórticos metálicos no sentido longitudinal dos blocos, conseguimos garantir que não houvessem pilares no interior da construção. Os ambientes internos ficam todos desimpedidos com a possibilidade da planta livre e permitem, assim, inúmeras conformações de usos e vivências.
A casa foi concebida, dentre outros fatores, para reduzir o consumo energético. A composição separa a residência em 3 blocos singulares que possuem formas visando a adequação às mudanças de estações perceptíveis na serra, isto porque nos dias quentes ela acumula e libera o calor pelo topo, já nos dias frios ela deixa o sol entrar pelos panos de vidro, assim os ambientes internos são prazerosos o ano todo.
Aproveitamos a topografia e a paisagem local para garantir que tanto o exterior, quanto o interior da casa seja integrado à natureza do entorno. O acesso ao terreno se dá entre as rochas afloradas que enquadram a paisagem no meio dos dois módulos. A nuance entre o dentro e o fora aqui se aflora com as portas de vidro que, ao se encontrarem abertas, unem os dois espaços que levam ao deck. Este, por sua vez, debruça-se sobre a extensão visual do rio e das camadas de montanhas através da piscina de borda infinita e da substituição dos guarda corpos por um banco contínuo e largo que se estende pelo perímetro.